sábado, 18 de setembro de 2010

Pró-testo!

E quem diria que nos dias de hoje de bocas caladas e pensamentos soltos alguém iria protestar por qualquer coisa que fosse? Que na estrada de além dias do meu dia-a-dia eu iria encontrar uma situação e me perguntar o que está acontecendo? Não saberia a resposta porque a multidão (maioria>> só para enfatizar o que é tão esquecido) cobria o real fato deste dia. Tumulto, pessoas em um vai-e-vem incontrolável. Ídens a mim sem saber o que estava acontecendo, mas como sempre nessa agitação há um mais curioso que já estreitou sua cabeça por entre os corpos espaçados desajeitadamente no preâmbulo de espaços "impassáveis". Ouvi dizer que foi um deficiente físico que por falta de suprimento de sua necessidade inerente à cidadão jogou-se ao chão como um saco jogado, similar à sua situação. Ficou ali parado esperando o que não se vem. No terminal onde passariam os ônibus, estava lá estirado um ser torrando ao sol do meio-dia, não, ele não queria está passando por aquilo. Com um público olhando sua situação. Sendo julgado, criticado e judiado. Quem queria o ser? Lá, parada, observando tudo e todos sigo o meu destino e pelo meu destino no retorno do dia lá pelas seis e tantas devo passar pelo mesmo terminal. Quem se encontra lá? ELE...ele mesmo! O trânsito aumenta, mas a amargura dele com certeza está maior. Mais uma vez estava aquela multidão ao redor do mesmo, só que agora a mídia acompanhava tudo como se estivesse transmitindo um espetáculo. Será que estava longe disso? Cada um sabe a Tragédia da sua vida. Quando mais uma vez rumores para lá, rumores para cá e escuto uma mulher dizer: - deviam logo quebrar a ele e tirá-lo de lá. Ele só está atrapalhando a vida de todo mundo. Fiquei pasma ao escutar aquilo. Enquanto ele "atrapalhava" um dia apenas de cada vida presente ele tentava reaver uma vida toda de muitos anos sofridos, discriminado e calejado. Certamente eu não entendo nem meio terço do que ele passou e passa. Apenas ele e somente ele pode sentir na pele o que é ser excluído e ter o nome de cidadão. Será que precisamos de algemas para nos sentirmos presos a esta realidade infame? Penso que não. Mas pensar só não basta. Onde foi parar todo esse pró? Nas alamedas de uma rua sem saída....Que Deus o ouça.

(( Cada um é escravo do seu próprio ser))

3 comentários:

  1. Que os deuses tenham piedade de nós, pois temos um submundo mundo midiático e mudo pela frente. Mundo binário em busca do nada, sem saber aonde fica e nem se existe a necessidade de saída. Pq então se preocupar se há vida no final do túnel? Estamos todos tão preocupados em manter o brilho das máscaras q simulam cores em nossas deficientes vidas...

    Este teu desafado/relato é o mais puro retrato desta insuficiente condição humana...

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  2. "Ele só está atrapalhando a vida de todo mundo."
    A que ponto chegamos...
    As pessoas ( GRANDE MAIORIA)não se dão nem ao trabalho de tentar se por no lugar da pobre criatura por um instante a fim de tentar entender melhor a situação.
    Escreve lindamente, moça.
    Clever

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  3. Obrigada Clever. :)
    Ah...quero ver seu blog viu??
    Vc já tem o conteúdo é só agora colocar em prática.
    Boa semana moço...agora sem prova de orgânica melhor ainda.
    Bj.

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"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos." Cecília Meirelles