Hoje foi meu dia. Não...Não foi meu aniversário, dia da mulher ou qualquer data que seja de alguma forma comemorativa. Hoje foi sobretudo meu dia porque parei e olhei para mim e dediquei todo apenas a mim. No começo foi estranho, pois não queria permitir que isso acontecesse, queria deixá-lo como um dia qualquer que começa às 00:01 da manhã e termina às 23:59, com um minuto vago para se vagar a esse meio tempo sem sentido. Fiz comparações de uma vida de outrora cercada de pessoas, onde quer que eu fosse sempre tive companhias. Após transformações, comecei a aprender a ser sozinha, não que isso seja um indício de que quero tornar-me só, de maneira alguma. As pessoas confundem os sentidos e importância de cada um. No começo foi entediante, confesso, mas depois começou a ter gosto de chocolate com pimenta, saboroso com um ardor em alguns momentos. Começou lento e depois foi acelerando. Foi tomando sua forma e prazer. O silêncio permite ecoar a voz de nosso coração. Às vezes o barulho nos atrapalha a entender o que somos, o que queremos, nos angustiando e buscando na multidão um sentido vazio e efêmero. Nosso eu se consolida mais quando podemos nos escutar sem interferências, sem medo de saber a verdade, de enfrentar nossos demônios e ser-mos livres de qualquer nó que amarra nossas mãos e reprime nossos reais desejos. Vejo-me nesse novo elo de dias meus, que como uma escadinha à um novo horizonte posso tocar o céu.
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