quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando me senti "mulher"

Há algo de imponente quando adormecido se encontra o que somos, quieta, restringe e envolta com um véu da luz que se apaga. É insípido quando ficamos na condição inerte de nossa bravura. O quão camuflado faz-se em dias ensolarados. Quando a chuva chegou, levou o véu e tudo o mais infringiu esse limite desconcertante que me calava. A mulher guardada na concha do fundo do mar, abriu, gritou e se mostrou, tornou. É verdade que esses sentimentos vão penetrando e assegurando toda a força, domínio e capacidade que temos perante ao que nos cerca. Esse viés de ser mulher nos toca com a mais suave nota dó, ré, mi e me liberta da vertigem de ser só eu mesma. É assim nesses dias de dias a menos que me sinto na carruagem da ventania, cada parada me leva para um submundo ao qual aprendo a lisonjear. Com a ampulheta correndo numa velocidade que a luz tenta alcançar, perco no ato o fim do último grão que torna a caminhar. Deixo-o correr. Já! 

Ps: A falta de tempo realmente me fez um pouco longe daquilo que gosto de fazer. Admito que de certa forma estou procurando outros prazeres que estão exigindo muito mais de mim ou eu de mim mesma, o que não significa que devo exilar-me para sempre de meus hábitos meio desabitados.

A falta que me faz é o que venho aprendendo a fazer. Somente!

2 comentários:

  1. Lindo! Andei ausente de tdo, até desse teu espaço, em q me sinto bem. Continuo a brindar tua existência e a ciência dessa ampulheta q escorre e socorre a esperança q temos...

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  2. Que sua ausência seja cheia de presença. Senti tua falta por aqui. Tin tin...

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"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos." Cecília Meirelles