sábado, 10 de julho de 2010

Temperamento Impulsivo

Já dizia Clarice Lispector:

“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

As palavras de Clarice fez eu olhar para mim mesma e avaliar-me em todos os sentidos dessa minha tal impulsão. Uma coisa posso afirmar: apesar de minhas atitudes por vezes impulsivas e intempestivas, foram elas que com os erros e acertos construiram essa personalidade e força de ação. Não gosto de ter medo de agir, o que não me impede de tê-lo.Mas... Medo para quê? Se não tentarmos não saberemos o resultado. Como dizem eu só acredito vendo. Vale à pena pagar pra ver? Ou vale mais à pena esperar que tudo aconteça na velha calma de sempre, conforme as pessoas dizem que é certo, conforme o olhar de boa moça que você irá ficar diante dos espectadores da sua vida sirvam para lhe santificar, sabendo-se que os mesmos ficam na espera de um erro, de uma falha para te caluniar e te julgar de má, insana ou qualquer adjetivo que queiram te deixar como o pior ser humano que existiu. Será que você consegue ser atriz a esse ponto? Eu não! Nunca tentei e nem quero. Quero que da mesma forma que as pessoas enxerguem minhas qualidades possam ver que meus defeitos fazem parte da carne e alma que me torna mais humana. Quero minha impulsão inteira em tudo que eu precisar me jogar sem medo. Quero ter a minha parte infantil misturada com a parte adulta. Não quero apenas ser gente grande. Os encantos ficam respaldados nessa maneira inocente e sem noção de agir que nos faz ver a vida de maneira mais leve e solta. Não quero comprovação de nada. Quero experimentar e degustar formando minha própria opinião. Só minha! Egoísta? E quem não é um pouco!? Quero os meus sentidos inteiros para confrontar com os teus. Paz? Só quando for preciso! E quando não? Prefiro a guerra. Nos faz pensar, refletir, combater, agir. Em tempos de guerra nos unimos. Já percebeu? Em tempos de paz, procuramos guerra. Como? Onde? Vocês devem está se perguntando. Será que sua memória é tão fraca a esse ponto? Para não perceber que a inveja, a mesquinhez, a falsidade, o egoísmo e tudo o mais que já estamos cansados de saber, com dosagens excessivas nos leva a guerra? Pois é! Prefiro ficar com meu temperamento impulsivo e ser entendida como doida ou como queiram, fiquem à vontade e deixem comigo as sensações que apenas eu irei sentir com minhas atitudes, para isso meu egoísmo me espreita.


7 comentários:

  1. Tá! como já devo ter dito, vc anda inspirada hein?! :D Essa sua impulsividade eu n sei bem como é pessoalmente, mas eu já fui enganado por vc devido a ela :p...mesmo a longa distância, hauhauah...
    beijos
    :**

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  2. Só um poquinho Du. ^^ As palavras fazem eu extravasar um pouco da minha vida de manhã, tarde e noite com seus imprevistos e momentos. Obrigada pela visita. Beijos. *.*

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  3. Impulsividade. Passividade. Verdade. Diversidade. Do mesmo modo q todos os caminhos sempre levam à Roma. E nem todos sabem apreciar a textura da romã... Nunca existiu um único caminho para o estado de felicidade. E mesmo o caminho escolhido jamais será linear. Rompantes. Tempestades. Agasalhos. Esconderijos. Tudo se faz conforme a sonoridade do estribilho q solfejamos. Senão, vejamos: Se a vida fosse uníssona, por certo seria desafinada como um samba de uma nota só. Ou então o nosso cordão umbilical viria atado a um Manual de Instrução... Ainda bem q não.

    PS: Tudo isso pra dizer q gostei mto de tuas percepções...

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  4. Lendo a frase advertência logo abaixo de tua foto, me lembrei de um sábio provérbio: "só se encontra a paz, qdo se perde o desejo"

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  5. Você me deixa sem palavras.Obrigada pelo seu belíssimo comentário.
    Mas...Quanto a esse provérbio: "só se encontra a paz, qdo se perde o desejo". Será? O desejo muitas vezes é o caminho para se encontrar a paz. Não acha?

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  6. O desejo nunca sossega. Pode até, por alguns momentos sentir o gosto da tranquilidade,, qdo se sente saciado. Mas, logo a alma desperta e inquieta busca descobertas, em sua natural caminhada... Viver é se descobrir a cada dia nos imprevistos, no incontido e nos diferentes prismas das coisas habituais...

    A paz contida no proverbio, é qdo não sentimos mais a necessidade de descobrirmos mais nada. É qdo viramos estátua, e nos contentamos em olhar o tempo passar. ARGH!!!

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  7. Hum...entendi agora o que sua paz significa. Mas a minha intenção da própria é um pouco diferente, no entanto não cabe aqui argumentações quando o cunho pessoal se expõe. rsrs

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"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos." Cecília Meirelles