terça-feira, 10 de agosto de 2010

E mais um sol se põe...


Hoje me senti diferente, por alguns momentos cuidei de uma das pedras preciosas da minha vida, uma das, pois sou riquíssima, tenho várias pedras preciosas, das mais extintas que já se viu. Não adianta nem vir em casa e tentar roubar, pois destas não se roubam, elas são destinadas a você e você a elas. Hoje fui levar meu avô ao médico, sei que parece uma besteira, um fato corriqueiro na vida de algumas pessoas, mas na minha não, alguns km tornam essa possibilidade impossível. Engraçado que me senti insegura como uma mãe de primeira viagem, pois o senti como um filho, um ser delicado, frágil, no entanto cheio de si querendo andar mais rápido do que os passos permitidos pela sua idade. Quando eu era pequena me chavam de "beijoqueira", hoje pude relembrar o porquê de ter ganho tal título. A cada segundo sentia vontade de dá um cheiro e um beijo na cabeça branca de meu avô. Da minha avó nem se fala...Beijo, beijo, beijo...E ela começa a rir. Eu adoro sentir eles assim, já que não desfruto destes momentos todos os dias e a vida é tão corrida como se fosse pegar o trem das nove. Eles já cuidaram tanto de mim, já me fizeram rir tantas vezes, me trouxeram e ofereceram toda a felicidade que eles podiam dá para minha vida que hoje sinto-me com uma parcela de responsabilidade do bem estar dos mesmos. Meu avô mais consistente, irremediável, firme. Minha avó mais maleável, se eu tivesse o poder de nomear santo minha avó seria um. Pessoa de índole inquestonável, que só quer o bem e a harmonia de todos. Um anjinho que Deus permitiu que fizesse parte da minha vida. A coisa mais linda que posso ver é o cuidado de um com o outro, a dedicação, cumplicidade e aceitação dos erros e defeitos de cada um. Será que é isso que chamam de "à moda antiga"? Caso seja...Quero ser antiquada até a morte. Deitada, pernas dobradas...E mais um sol se põe...

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"Entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação dos meus desejos afligidos." Cecília Meirelles